brown and red rooster on gray concrete floor

Protocolo de Preparação de Galpões para Galinhas Poedeiras.

O preparo do galpão entre lotes é fundamental para prevenir doenças e garantir o bem-estar das aves. O processo segue o princípio "tudo dentro, tudo fora": após a retirada do lote anterior, realiza-se limpeza profunda, desinfecção e um período de vazio sanitário antes da entrada das novas aves.

PRODUÇÃO ANIMAL

6/20/20255 min ler

O preparo do galpão entre lotes é fundamental para prevenir doenças e garantir o bem-estar das aves. O processo segue o princípio "tudo dentro, tudo fora": após a retirada do lote anterior, realiza-se limpeza profunda, desinfecção e um período de vazio sanitário antes da entrada das novas aves. A seguir, descrevem-se as etapas com recomendações práticas e prazos sugeridos para cada fase, baseados em manuais técnicos e diretrizes especializadas (1, 2).

1. Esvaziamento do Lote Anterior

  • Remoção de aves e equipamentos. Retirar todas as galinhas do galpão e encaminhá-las para quarentena ou abate. Em seguida, desmontar e remover os equipamentos de criação (comedouros, bebedouros, ninhos, poleiros etc.) para limpeza externa (3).

  • Eliminação de resíduos. Coletar, ensacar e retirar toda a cama aviária (mistura de esterco com material de cama usado) e outros resíduos orgânicos (3). Após remover o material grosso, varrer o piso completamente.

  • Chama direta (queima superficial). Utilizar um maçarico em pisos e paredes para eliminar parasitas e insetos superficiais que possam resistir à lavagem (4). Essa prática ajuda a esterilizar as superfícies antes da limpeza com água.

  • Roçagem perimetral. Cortar ou remover vegetação e mato ao redor do galpão (5). Isso reduz abrigos para roedores e insetos e melhora a ventilação externa.

2. Limpeza e Lavagem

  • Lavagem com pressão. Com o galpão vazio, lavar todas as superfícies com água pressurizada de cima para baixo: telhados, paredes, telas, estruturas metálicas, pisos, corredores externos e calhas (5). Isso remove sujeira incrustada.

  • Aplicação de detergentes. Primeiro, aplicar um detergente alcalino (espumante) nas superfícies e equipamentos, aguardando 15–20 minutos (6). Se necessário, usar um detergente ácido (para incrustações ou biofilme) em uma segunda etapa, deixando agir por 15–30 minutos antes do enxágue (7). Não deixar os detergentes secarem nas superfícies.

  • Enxágue. Lavar abundantemente com água (de preferência quente) até eliminar todos os resíduos de detergente. Essa etapa é crucial para a eficácia da desinfecção posterior (6).

  • Limpeza de equipamentos e tubulações. Lavar comedouros, bebedouros e ninhos fora do galpão com escova e detergente; enxaguar e secar ao sol. Desobstruir tubulações de água: preencher com detergente ácido ou alcalino (conforme necessário) e deixar agir por várias horas (até 12–24 horas) antes de enxaguar para remover calcário e biofilme. Por fim, lavar novamente com água potável limpa.

3. Desinfecção

  • Seleção de desinfetante. Com todas as superfícies limpas e secas, aplicar um desinfetante avícola aprovado (fenóis, amônio quaternário, glutaraldeído, peróxido de hidrogênio etc.) por pulverização, espuma ou termonebulização, cobrindo pisos, paredes, equipamentos e cantos ocultos (8).

  • Tempo de contato. Deixar o desinfetante agir conforme recomendação do fabricante (geralmente 20–30 minutos). Esse tempo maximiza a eliminação de patógenos. Ventilar o galpão após a aplicação.

  • Fumigação preventiva. Se for realizada fumigação com formol ou outros fumigantes, programá-la 5 dias antes da entrada do novo lote (9). Essa prática adicional esteriliza o ambiente completamente.

  • Fechamento temporário. Após a desinfecção, manter o galpão totalmente fechado por pelo menos 24 horas antes de ventilar (2). Isso evita a entrada de patógenos externos.

4. Vazio Sanitário (Descanso)

Após limpeza e desinfecção, o galpão deve permanecer vazio (vazio sanitário) para que patógenos ambientais morram na ausência de hospedeiros. Recomenda-se um período mínimo de 2–3 semanas (10, 11) (ex.: 15 dias para poedeiras, podendo chegar a 21 dias conforme algumas diretrizes) (2, 10). Durante esse período, apenas pessoal essencial pode entrar, e nenhum material agrícola novo deve ser introduzido. Coletar amostras ambientais (superfícies e bebedouros) para verificar ausência de Salmonella ou outros microrganismos antes do alojamento.

5. Controle de Pragas

  • Dedetização imediata. Após a retirada do lote e assim que a cama esfriar, aplicar inseticidas específicos contra parasitas do ambiente (ex.: cascudinhos, pulgas, carrapatos). Agir rapidamente é essencial, pois muitos parasitas buscam abrigo no calor; pulverizar com o galpão ainda aquecido (12).

  • Estações de raticidas. Posicionar iscas ou armadilhas para roedores dentro e fora do galpão assim que a ração for removida (13, 14). Manter essas estações sob monitoramento mensal (14).

  • Higiene perimetral. Limpar silos de ração e remover sobras de alimento; manter o perímetro livre de entulho. Eliminar água parada. Controlar moscas e animais silvestres com repelentes ou barreiras físicas.

  • Inspeção final. Vedar frestas ou rachaduras que permitam a entrada de pragas. Instalar telas contra aves selvagens em entradas de ar.

6. Verificação de Sistemas e Equipamentos

  • Bebedouros e comedouros. Verificar o funcionamento de tubulações, reservatórios e bebedouros: purgar o sistema para remover ar, ajustar pressões e reparar vazamentos. Repor anéis de bebedouros danificados. Esvaziar e limpar comedouros, reabastecendo-os apenas na chegada do lote.

  • Ventilação e climatização. Checar ventiladores, exaustores e dutos; remover obstruções (telas, persianas). Ajustar termostatos conforme a estação do ano. Reparar lâmpadas ou sensores defeituosos.

  • Equipamentos auxiliares. Desinfetar poleiros, ninhos, balanças ou outros instrumentos da granja. Reposicionar objetos soltos. Reinstalar equipamentos de criação apenas quando totalmente secos.

7. Preparo da Cama (Avicultura de Piso)

  • Material e espessura. Distribuir cama nova e seca (maravalha ou palha limpa) com espessura mínima de 6 cm para conforto das aves e absorção de umidade (15).

  • Qualidade higiênica. Usar cama livre de poeira excessiva, mofo ou odores. O material deve ser fofo e altamente absorvente (16). Evitar contaminação. Remover áreas úmidas.

  • Manutenção da secagem. Após a colocação da cama, verificar vazamentos de água. Ventilação inicial ajuda a secar umidade residual. Condições ideais reduzem amônia e previnem lesões nas patas.

8. Ajustes de Temperatura e Umidade

  • Pré-aquecimento. Ligar aquecedores 1–2 dias antes da chegada das aves para estabilizar a temperatura interna (17). Em climas frios, iniciar antes; em quentes, no dia anterior.

  • Temperatura recomendada. No alojamento (pintos de 1 dia), manter 32–35°C na altura das aves, reduzindo gradualmente nas semanas seguintes. A Hy-Line recomenda tabelas por idade (ex.: 32–36°C nos primeiros 3 dias) (18).

  • Umidade relativa. Manter entre 40–60% no início (18). Níveis <40% ressecam mucosas; >70% favorecem umidade na cama. Ajustar exaustores e nebulizadores (se houver) conforme necessário.

  • Ventilação mínima. Nos primeiros dias, garantir circulação de ar suave (baixa velocidade) para homogeneizar a temperatura sem correntes frias.

9. Medidas de Biossegurança

  • Acesso restrito. Delimitar áreas limpas/sujas: o acesso de pessoas deve ocorrer por vestiário exclusivo. Exigir roupas, calçados e higienização das mãos dedicados à granja (19). Proibir a entrada de animais domésticos.

  • Controle de visitantes. Registrar visitantes e exigir que não tenham tido contato com outras aves nas últimas 48 horas (20). Fornecer roupas e botas da granja ou desinfetá-las na entrada.

  • Sanitização de equipamentos. Desinfetar ferramentas, mangueiras ou containers antes da entrada no galpão. Usar EPIs (luvas, máscaras em nebulizações).

  • Monitoramento sanitário. Vistoriar diariamente a presença de roedores (repor iscas) e aves silvestres (manter telas). Registrar mortalidade e notificar suspeitas de doenças imediatamente.

  • Higiene pessoal. Promover a lavagem frequente das mãos ao manusear aves ou materiais. Embora os pedilúvios percam eficácia com o tempo (21), utilizá-los na entrada para reforçar a disciplina.

Referências: Protocolos técnicos e guias avícolas (1, 6, 8, 10, 11, 15, 18, 19, 22) embasam estas recomendações. Cada granja deve adaptá-las sob supervisão veterinária ou técnica.

(1, 3, 4, 5) MAUAL DE BIOSEGURIDAD GALLINAS DE POSTURA

https://sired.udenar.edu.co/9441/1/92435.pdf

(2, 8, 12, 13) Limpieza, desinfección y vacío sanitario - Europe | Sasso Poultry

https://europe.sasso-poultry.com/es/articles/limpieza-desinfeccion-y-vacio-sanitario/

(6, 7) Protocolo integral de limpieza en las explotaciones avícolas

https://avinews.com/protocolo-integral-de-limpieza-desinfeccion-desinsectacion-en-las-explotaciones-avicolas/ 9 17 18 22 hyline.com

https://www.hyline.com/Upload/Resources/TU%20PULLET%20MGMT%20NA%20SPN.pdf

(10) La importancia de la toma de muestras durante el vacío sanitario - aviNews, la revista global de avicultura

https://avinews.com/la-importancia-de-la-toma-de-muestras-durante-el-vacio-sanitario/

(11, 14, 19, 20, 21) ➤ Bioseguridad en Avicultura | La Guía Definitiva

https://colaves.com/bioseguridad-en-avicultura/

(15, 16) Manejo de la cama en el galpón: mejoras en rendimiento y bienestar

https://www.veterinariadigital.com/articulos/manejo-de-la-cama-en-el-galpon-mejoras-en-rendimiento-y-bienestar/