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Curva de Lactação em Bovinos: Definição e Importância

A curva de lactação é o perfil gráfico da produção de leite de uma vaca ao longo de seu ciclo produtivo (desde o fim da fase de colostro até a secagem). Tipicamente, abrange cerca de 305 dias de ordenha e aproximadamente 60 dias de secagem antes do próximo parto.

PRODUÇÃO ANIMAL

7/30/202512 min ler

A curva de lactação é o perfil gráfico da produção de leite de uma vaca ao longo de seu ciclo produtivo (desde o fim da fase de colostro até a secagem). Tipicamente, abrange cerca de 305 dias de ordenha e aproximadamente 60 dias de secagem antes do próximo parto (1, 2). Na prática, busca-se um parto por ano: ordenha-se por cerca de 305 dias e, em seguida, a vaca é seca por 50 a 60 dias antes do próximo parto (2, 3). Este indicador é fundamental porque permite avaliar o desempenho produtivo de cada vaca e do rebanho, além de auxiliar na tomada de decisões de manejo e seleção genética. Conhecer a forma da curva ajuda a maximizar a produção em momentos-chave e a melhorar a rentabilidade (4, 5). Por exemplo, otimizar a curva permite manter rendimentos de leite mais constantes ao longo do ano, o que é especialmente valioso em sistemas leiteiros intensivos (5, 6).

Fases da Curva de Lactação

A curva de lactação é caracterizada por várias etapas:

  • Início da lactação: Após o parto, o colostro é eliminado e a ordenha comercial começa. A produção diária aumenta rapidamente nas primeiras semanas, à medida que a ingestão de alimento cresce e a glândula mamária é ativada (4, 7).

  • Ascensão em direção ao pico: A taxa de aumento da produção (inclinação ascendente) define a rapidez com que o ponto máximo é atingido. Este pico de lactação geralmente ocorre entre as 4 e 10 semanas após o parto (aproximadamente 1-2 meses) em vacas leiteiras de raças especializadas (5, 8). Em vacas Holstein bem alimentadas, o pico pode atingir 30–40 L/dia, enquanto em Jersey é menor (no estudo citado, 36 L/d vs 25 L/d) (8).

  • Pico de produção: É o nível máximo diário. A partir daí, a curva começa a decrescer. Vacas jovens (primíparas) geralmente atingem o pico um pouco antes e em menor volume do que vacas maduras, mas mantêm o nível com mais persistência (8, 9).

  • Declínio e persistência: Após o pico, a produção diária cai gradualmente. A persistência da lactação refere-se à inclinação dessa queda, ou seja, quão plana ou acentuada ela é. Uma curva persistente é mais plana (o declínio é lento) e geralmente está associada a vacas que mantêm melhor a produção após o pico (10, 11). Na prática, vacas jovens frequentemente apresentam maior persistência: estudos mostram que as primíparas perdem produção mais lentamente do que as vacas adultas, indicando maior persistência em novilhas (9, 10).

  • Fase final e secagem: Próximo ao fim da lactação, a produção diminui acentuadamente. Finalmente, a vaca é seca, cessando a produção por um tempo antes do próximo parto.

Fatores que Afetam a Forma da Curva

A forma da curva de lactação é influenciada por múltiplos fatores genéticos e ambientais. Em geral, qualquer fator que afete a vaca antes ou depois do parto modificará a curva, "achatando" (maior persistência) ou "encurtando" (menor duração ou pico) a produção de leite (5, 12). Entre os fatores mais relevantes, incluem-se:

  • Raça e genética: As raças leiteiras especializadas (Holstein, Jersey, Pardo-Suíça, Normanda, etc.) são geneticamente selecionadas para alta produção e curvas íngremes (picos altos). Em contraste, raças zebuínas adaptadas (Gir, Brahman, Sahiwal, etc.) ou cruzamentos de dupla aptidão geralmente apresentam pico menor, mas, por vezes, melhor persistência e adaptação ao calor (13, 14). Dentro de uma raça, a persistência genética pode ser aumentada utilizando touros com alto valor genético para persistência (EPD). Por exemplo, touros com EPD de persistência >100 produzem filhas com curvas mais planas (menos leite no início e mais no final) (15).

  • Paridade (número de lactação): Vacas na primeira lactação ainda não completaram seu crescimento e, por isso, produzem menos no início. Estudos mostram que a segunda lactação pode elevar a produção total em ~28% em relação à primeira (16). A cada lactação adicional, o pico tende a ser maior, mas a inclinação do declínio é mais acentuada, reduzindo a persistência relativa (10, 16). De fato, em condições de pastoreio, primíparas apresentaram menor produção do que multíparas até a 20ª semana, depois as alcançaram, o que sugere maior persistência em novilhas (9).

  • Nutrição e manejo alimentar: A dieta é determinante para alcançar um bom pico e manter a produção. Uma vaca mal alimentada (níveis insuficientes de energia ou proteína) terá um pico menor e uma queda mais rápida. Da mesma forma, uma má condição corporal antes ou durante a lactação (tanto baixa quanto excessivamente alta) afetará a curva (5). É crucial balancear a ração para as vacas de maior potencial, evitando déficit energético no início da lactação. Manter boas reservas corporais e um balanço energético positivo reduz riscos (menor encurtamento da curva) (5, 11).

  • Estado sanitário: Doenças metabólicas (cetose, hipocalcemia), mastite ou outros problemas sanitários prejudicam o desempenho leiteiro. Por exemplo, a hipocalcemia pós-parto pode reduzir a produção inicial; a mastite aumenta a queda da curva. Um rebanho saudável tende a manter melhor produção.

  • Manejo reprodutivo: O estado reprodutivo influencia indiretamente. Vacas emprenhadas cedo tendem a secar antes (lactação mais curta), enquanto um parto dificultado impede a curva. Idealmente, a inseminação ocorre por volta dos 60–80 dias de lactação, de modo que a vaca seja seca aos 305 dias e o bezerro nasça a cada ~12 meses (2, 3). Dias abertos excessivos prolongam lactações (baixa eficiência por dia adicional sem cria) ou exigem secagens muito longas.

  • Clima e estações: Em sistemas de pastoreio estacional (por exemplo, em regiões temperadas ou tropicais), o pico pode se alinhar com as estações de melhor forragem. Estudos argentinos mostram que vacas paridas na primavera atingem picos mais altos e sustentados do que as de outono; a época do parto pode modificar o padrão de queda (9, 16). Da mesma forma, o estresse térmico (calor intenso) reduz a ingestão e geralmente diminui o pico de lactação e encurta a curva.

  • Frequência de ordenha e fotoperíodo: Ordenhas mais frequentes (3 vezes/dia) aumentam o pico e favorecem a persistência. Expor as vacas a dias longos (16-18h de luz) aumenta a produção e a planicidade da curva (17).

Em resumo, a curva reflete a interação de genética e manejo. Maior potencial genético e melhor manejo (nutrição, saúde, ambiente) tendem a resultar em curvas de maior produção e melhor persistência (5, 18).

Diferenças: Leiteira, Dupla Aptidão e Corte

Vacas especializadas em leite (Bos taurus leiteiras) apresentam curvas de lactação muito superiores a outras. Por exemplo, vacas Holstein em condições de alta nutrição podem produzir dezenas de milhares de litros em uma lactação (e.g., 10.000–12.000 L com facilidade, inclusive casos excepcionais >20.000 L) (19, 20). Vacas Jersey produzem menor volume (6.000–10.000 L por lactação), mas com alto teor de gordura (13). Outras raças europeias (Pardo-Suíça, Normanda) também podem superar 6.000 L; por exemplo, são reportados 6.000–7.000 L/lactação em Normanda e 10.000–12.000 L em Pardo-Suíça (20). Essas curvas têm picos muito altos (30–40 L/d) e declínios rápidos, buscando máximos rendimentos diários.

Na pecuária de dupla aptidão (Bos taurus × Bos indicus, ou raças rústicas cruzadas), os rendimentos são intermediários. Por exemplo, o gado Girolando (mistura 5/8 Holstein + 3/8 Gir) ajustado para 305 d/lactação produz em média cerca de 3.500 kg (22). Vacas Gir em trópicos produzem em média 9–12 L/dia (2.500–4.000 kg por lactação) (14), embora na Índia possam atingir até 50 L/d em casos excepcionais (23). Na prática, cruzamentos tropicais (Holstein × Brahman, Holstein × Gir, etc.) geralmente rendem vários milhares de kg, oferecendo maior rusticidade ao clima.

No gado de corte, a lactação visa apenas garantir o crescimento do bezerro. As raças britânicas de corte tradicionalmente desmamam bezerros de bom peso: estudos na Argentina reportam ~900 kg de leite em 230–240 dias de lactação para Shorthorn ou Aberdeen Angus, contra ~592 kg em Hereford (24). Isso equivale a ordenhas de 3–5 kg/d em média. Raças zebuínas (Brahman, Nelore) são menos leiteiras: por exemplo, Brahman puro rendeu cerca de 2 kg/d (≈600 kg/lactação) e Santa Gertrudis (5/8 Shorthorn + 3/8 Brahman) cerca de 6,8 kg/d (25). Em sistemas extensivos de gado de corte, as curvas são menores, com picos baixos e declínios pronunciados, pois a produção é limitada por pastagens e não se busca saturar a produção de leite. Nesses sistemas, o manejo nutricional (nível de forragem) determina em grande parte a forma da curva (24, 26).

Exemplos de Curvas por Raça

A título de exemplos concretos, podem-se citar curvas típicas ou modelos ajustados em distintas raças:

  • Holstein-Friesian: É a raça líder mundial. Caracteriza-se por um pico muito alto (~35–40 L/d) entre 40–60 dias pós-parto e uma queda acentuada nos meses posteriores. Com boa alimentação, pode ter lactações >10.000 kg. Por exemplo, na Espanha é reportada uma média em torno de 12.000 L (305 d) com 3,7% de gordura (19).

  • Jersey: Com menor porte, seu pico é menor (~25–30 L/d), mas mantém maior percentual de gordura (4–5%). Atingem lactações de 6.000–10.000 kg. Adaptam-se melhor a dietas ricas em forragem; estudos indicam 5.000–6.000 L em trópico extensivo (13).

  • Normanda: Raça de dupla aptidão com viés leiteiro. Picos moderados (~20–25 L/d) e boa composição. Produzem ~6.000–7.000 L/lactação (21).

  • Pardo-Suíça (Brown Swiss): Alta produção quase no nível da Holstein. Picos de ~35 L/d, com lactações de 10.000–12.000 L (20).

  • Gir (Bos indicus): Raça zebuína leiteira originária da Índia. Em condições moderadas, produz ~9–12 L/d (aprox. 3.000 L/lactação) (14). No entanto, em sua Índia natal, foram reportados animais excepcionais que atingem 50 L/d (23).

  • Brahman e Santa Gertrudis: Pura Brahman é pouco leiteira (~2 kg/d segundo algumas referências) (25), enquanto Santa Gertrudis (mistura zebuína-britânica) pode produzir ~6–7 kg/d. Em pastagens no Brasil, cruzamentos Gir-Holstein (Girolando) obtêm ~3.500 kg/lactação (22).

  • Crioulas Latino-Americanas: Raças crioulas ou Crioulo Limonero geralmente produzem ~2.000–3.000 kg/lactação (dados da FAO sugerem ~2.500 kg) com lactações de ~240–300 dias. Suas curvas são planas devido à adaptação ao pastoreio extensivo.

Em estudos comparativos, por exemplo, vacas Holstein e Jersey em condições similares apresentaram curvas de forma parecida, mas as Holstein tiveram 33% mais produção no início (7). As Jerseys atingiram seu pico antes (3 semanas vs 5 semanas), mas em menor volume (8). Este tipo de estudo é usado para ajustar modelos matemáticos (Wood, Wilmink, etc.) que descrevem a curva e permitem estimar parâmetros (nível inicial, rapidez de subida/descida, etc.) (5, 27).

Parâmetros Produtivos Associados

Ao analisar uma curva de lactação, vários parâmetros-chave são geralmente definidos:

  • Duração da lactação: Meses em que a vaca está em produção. Em sistemas intensivos, é normalizada para ~305 dias (2); em pecuária extensiva, pode ser menor.

  • Produção total: Litros acumulados ao final da lactação normalizada (por exemplo, 305 dias). Reflete a eficiência geral.

  • Pico de produção: Litros diários máximos atingidos, índice de rendimento na etapa crítica.

  • Persistência: Taxa de diminuição após o pico. É quantificada de diversas formas (relação de produção em 280 dias vs 60 dias, inclinação do declínio, etc.) (10). Curvas mais planas (alta persistência) implicam maior produção tardia relativa. É associada favoravelmente à saúde e longevidade da vaca (11, 18).

  • Intervalo entre partos (IEP): Prazo entre um parto e o seguinte. Idealmente, busca-se ~365–380 dias (1 ano). Isso implica secar a vaca por volta dos 305 dias de lactação para completar o ciclo anual (2, 3). Um IEP longo (baixa concepção ou longos descansos) estende a curva ou gera mais vacas secas, reduzindo a eficiência anual.

  • Dias abertos (DA) e índices reprodutivos: Embora não façam parte da curva de lactação diretamente, estão ligados porque o estado reprodutivo determina a duração da lactação e a condição corporal, afetando a forma da curva.

Quanto maior a produção total e o pico, geralmente a persistência relativa é reduzida. Por exemplo, em vacas Holstein, observou-se que terços de parto com picos mais altos apresentaram declínios mais pronunciados (10). Por isso, na avaliação de rebanhos leiteiros, são calculados índices como "dias ao pico" ou "grau de persistência" para tomar decisões.

Estratégias Práticas para Melhorar a Curva de Lactação

Para otimizar a curva de lactação na exploração, várias práticas de manejo são recomendadas:

  • Nutrição adequada em cada etapa: Balancear a dieta de acordo com a fase. Na fase inicial, deve-se garantir energia e proteína suficientes (por exemplo, concentrados balanceados com forragens de alta qualidade) para favorecer o pico. É útil definir a ração de acordo com o rendimento das vacas mais produtivas (28). Manter a mesma qualidade de alimento para todo o rebanho e revisar registros de produção ajuda a detectar quedas anômalas. Também é recomendável manter a condição corporal (~ECC 3–3.5) durante a lactação, suplementando silagens ou grãos se necessário (5, 28).

  • Manejo reprodutivo eficaz: Inseminar cedo (por volta de 60–80 dias pós-parto) é chave para emprenhar a vaca em produção e poder secá-la a tempo (60 dias antes do parto) para um IEP de ~365 dias (2, 3). O programa reprodutivo deve ser coordenado para que a lactação não se prolongue desnecessariamente, nem as vacas sejam secas excessivamente.

  • Seleção genética por persistência: Incorporar touros com alta persistência (bom EPD) gera filhas com curvas mais planas. Isso melhora a estabilidade da produção e, a longo prazo, a saúde do rebanho (11, 15).

  • Controle sanitário e manejo do estresse: Prevenir doenças metabólicas (por exemplo, balancear cálcio pré-parto) e mastite; além disso, mitigar o estresse térmico por meio de sombra, ventilação ou resfriamento em épocas quentes. Uma vaca sem estresse pode expressar-se melhor geneticamente.

  • Frequência de ordenha e fotoperíodo: Ordenhar com mais frequência (por exemplo, 3 vezes/dia no pico) aumenta o pico e pode melhorar a persistência. Ampliar a duração do dia (luz >16 h/dia) também favorece a produção e prolonga a curva de lactação (curva mais plana).

  • Monitoramento contínuo: Manter registros de produção semanal permite ajustar o manejo. Quedas incomuns na curva devem ser rapidamente detectadas e a causa corrigida (alimentação, saúde, inseminação falha, etc.) (5, 28).

Em geral, o objetivo é obter uma curva de lactação equilibrada: um pico alto, mas sem que a vaca perca excessivamente reservas corporais, mantendo uma persistência razoável. As curvas planas são desejáveis porque reduzem o balanço energético negativo no pós-parto e resultam em vacas mais saudáveis e longevas (11, 18).

Exemplos Regionais

  • América Latina: Em sistemas tropicais, geralmente predominam raças Crioulas ou cruzamentos com Holstein. Por exemplo, na Costa Rica, observou-se que uma vaca Jersey produz em média cerca de 1,8 L/dia a menos que uma Holstein similar (do dia 2 ao dia 305) (29). Na Argentina, estudos de campo em rebanhos a pastoreio constataram que as vacas que parem na primavera atingem picos mais altos e mantêm a produção por mais tempo do que as de outono (9, 16). No gado de corte sul-americano, as raças britânicas permitem desmamar bezerros pesados (~900 kg de leite/lactação) (30).

  • Europa: Com sistemas intensivos, vacas Holstein europeias geralmente têm uma média entre 7.000 e 10.000 kg/lactação (e.g., Holstein na Espanha ~12.000 L) (19, 20). A UE, no conjunto, reportou um rendimento aparente médio de ~7.800 kg/vaca em 2023 (31), com países nórdicos e bálticos acima e Europa Oriental abaixo dessa média. Além disso, raças nativas como Pardo-Suíça ou Jersey também contribuem para a alta produção leiteira na UE (13, 20).

  • Índia e Ásia: A Índia é o maior produtor de leite mundial, baseada em vacas Zebu (Gir, Sahiwal) e búfalos. Em sua zona de origem, algumas vacas Gir podem produzir até 50 L/d no pico (23). No entanto, a maioria dos pequenos produtores obtém rendimentos modestos (~1.360 L/ano por vaca) (32) devido aos sistemas extensivos. Em geral, as raças nativas asiáticas têm curvas muito planas, mas picos baixos (e.g., 20–30 L no pico).

  • Estados Unidos: Principalmente Holstein é utilizada em confinamento intensivo. O rendimento médio por vaca (incluindo pasto) foi de 23.391 lb em 2019 (≈10.600 kg) (33). Lá, a curva típica de 305 dias segue o padrão clássico: pico por volta de 60–70 dias com ~35–40 L/d, decrescendo progressivamente. É importante notar que, nos EUA, estratégias modernas de seleção aumentaram notavelmente o rendimento por lactação (+10,6% de 2010–2019) (33).

Cada região adapta a curva ao sistema produtivo disponível: clima, raças criadas e níveis de alimentação fazem com que não exista uma única "curva padrão" global, mas sim variações conforme o ambiente (5, 32).

Referências

A informação acima é baseada em literatura científica e técnica atualizada, relatórios de pecuária leiteira e estudos de caso regionais (2, 4, 5, 13, 22, 24, 31, 33), entre outros. Cada dado citado pode ser consultado nas fontes ligadas.

(1) Cómo analizar una curva de lactancia en vacas lecheras | Fedegán

https://www.fedegan.org.co/como-analizar-una-curva-de-lactancia-en-vacas-lecheras

(2, 4, 5, 9, 12, 16) IDIA_9_1_armado final.qxp

https://www.produccion-animal.com.ar/produccion_bovina_de_leche/produccion_bovina_leche/139-curva_produccion.pdf

(3) CURVA DE LACTANCIA | Engormix

https://www.engormix.com/lecheria/miscellaneous/curva-lactancia_f6848/

(6, 11, 15, 18, 34) La persistencia de la lactancia: una herramienta

https://www.vikinggenetics.com/es/noticias/la-persistencia-de-la-lactancia

(7, 8, 27) C:\RevistaWeb\Sistemas.wpd

https://www.produccion-animal.com.ar/produccion_bovina_de_leche/razas_lecheras/106-curvas_lactancia.pdf

(10, 17) Evaluating Milk Peak and Persistency Using DHIA Data Part 1

https://extension.psu.edu/evaluating-milk-peak-and-persistency-using-dhia-data-part-1

(13, 20, 21) Razas bovinas especializadas en leche - Rumiantes

https://www.veterinariadigital.com/articulos/razas-bovinas-especializadas-en-leche/

(14, 22) Gyr

https://www.asocebu.com/index.php/razas/gyr

(19) Holstein (raza bovina) - Wikipedia, la enciclopedia libre

https://es.wikipedia.org/wiki/Holstein_(raza_bovina)

(23, 32) En su tierra de origen las vacas gyr alcanzan los 50 litros de leche al día | CONtexto Ganadero

https://www.contextoganadero.com/internacional/en-su-tierra-de-origen-las-vacas-gyr-alcanzan-los-50-litros-de-leche-al-dia

(24, 25, 26, 30) EL SITIO DE LA

https://www.produccion-animal.com.ar/informacion_tecnica/cria_amamantamiento/34-lactancia_y_destete_definitivo.pdf

(28) Estrategias Para Mantener la Persistencia de la Lactancia e Incrementar los Rendimientos Productivos.

https://proleche.com/wp-content/uploads/2023/09/Estrategias-para-mantener-la-persistencia-de-la-produccion-de-leche-incrementando-la-produccion-por-lactancia.-Fabian-Vargas.pdf

29 scielo.sa.cr

https://www.scielo.sa.cr/pdf/cinn/v10n2/1659-4266-cinn-10-02-422.pdf

(31) Milk and milk product statistics - Statistics Explained - Eurostat

https://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php?title=Milk_and_milk_product_statistics

(33) Milk Production 02/20/2020

https://www.nass.usda.gov/Publications/Todays_Reports/reports/mkpr0220.pdf

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