As Leguminosas: Chave para Maximizar o Potencial do Gado na América Latina.

As leguminosas são uma solução abrangente para impulsionar a nutrição e a sustentabilidade na pecuária, graças ao seu alto valor nutricional, capacidade de regenerar o solo e adaptabilidade a diferentes climas.

PRODUÇÃO ANIMALPLANTAS E CULTURAS

1/21/20255 min ler

As leguminosas são um componente vital na dieta do gado, fornecendo uma fonte rica em proteínas e melhorando a saúde do solo por meio da fixação de nitrogênio. A seguir, exploramos algumas das melhores leguminosas para o gado, destacando seus nomes comuns, descrição, origem, fisiologia, condições ideais, composição nutricional, uso e manejo, formas de cultivo, limitações, potencial de produção, produção por hectare, fertilização mínima, pragas e doenças associadas.

1. Alfafa (Medicago sativa)

  • Nomes Comuns: Alfafa, luzerna

  • Descrição: A alfafa é uma leguminosa perene com folhas trifoliadas e flores roxas. É conhecida por seu alto valor nutricional e capacidade de fixar nitrogênio no solo.

  • Origem: Região do Oriente Próximo e Ásia Central.

  • Fisiologia: Possui uma raiz profunda que permite extrair água de camadas profundas do solo, tornando-a resistente à seca.

  • Condições Ideais: Prefere solos bem drenados com pH de 6,5 a 7,5, altitudes de até 2500 metros, temperaturas entre 18°C e 28°C, e uma precipitação anual de 800-1200 mm.

  • Composição Nutricional: Contém cerca de 20-25% de proteína bruta e é rica em minerais como cálcio e magnésio.

  • Uso e Manejo: Utilizada principalmente como feno, silagem ou pastagem direta. Requer manejo adequado de irrigação e corte regular para evitar o acúmulo de lignina.

  • Formas de Cultivo: Semeadura direta ou por transplante, com uma densidade de 20-25 kg de semente por hectare.

  • Limitações: Sensível a encharcamentos e acidez extrema do solo.

  • Potencial de Produção: Até 12 toneladas de matéria seca por hectare em condições ótimas.

  • Produção por Hectare: Em condições ótimas, produz 10-12 toneladas de matéria seca por hectare.

  • Fertilização Mínima: Requer fósforo e potássio, especialmente em solos deficientes.

  • Pragas e Doenças: Pulgão-da-alfafa, gorgulho-da-raiz-da-alfafa, míldio e ferrugem.

2. Trevo Branco (Trifolium repens)

  • Nomes Comuns: Trevo branco, trevo holandês

  • Descrição: É uma leguminosa perene com folhas trifoliadas e pequenas flores brancas, que se espalha por meio de estolões.

  • Origem: Europa e Ásia Ocidental.

  • Fisiologia: Tolera uma ampla gama de condições de solo e clima, embora prefira áreas úmidas.

  • Condições Ideais: pH do solo entre 6 e 7,5, altitudes de até 2000 metros, temperaturas de 10°C a 25°C, e uma precipitação de 700-1000 mm anuais.

  • Composição Nutricional: Contém aproximadamente 18-22% de proteína bruta.

  • Uso e Manejo: Ideal para pastagem direta, frequentemente misturado com gramíneas para melhorar a qualidade do pasto.

  • Formas de Cultivo: Semeadura direta a uma densidade de 5-7 kg por hectare, preferencialmente no outono ou primavera.

  • Limitações: Sensível a secas prolongadas e encharcamentos.

  • Potencial de Produção: Até 8 toneladas de matéria seca por hectare.

  • Produção por Hectare: Em condições ótimas, produz entre 6 e 8 toneladas de matéria seca por hectare.

  • Fertilização Mínima: Geralmente não requer nitrogênio devido à sua capacidade de fixação, mas pode precisar de fósforo e potássio.

  • Pragas e Doenças: Pulgões, lagartas, míldio e manchas foliares.

3. Vicia villosa (Vicia villosa)

  • Nomes Comuns: Vicia peluda, ervilhaca peluda

  • Descrição: Planta trepadeira anual ou bienal com folhas pinadas e flores roxas a azuladas.

  • Origem: Europa e Ásia Ocidental.

  • Fisiologia: Crescimento vigoroso com raízes profundas, adaptada a climas temperados e frios.

  • Condições Ideais: Prefere solos argilosos a arenosos com pH entre 6 e 7,5, altitudes de até 1800 metros, temperaturas de 8°C a 20°C e precipitação de 500-800 mm.

  • Composição Nutricional: Proteína bruta de 20-24%.

  • Uso e Manejo: Utilizada como forragem verde, feno ou silagem, frequentemente em rotação com cereais.

  • Formas de Cultivo: Semeadura direta, a uma densidade de 30-40 kg por hectare, geralmente no outono.

  • Limitações: Suscetível a geadas tardias e algumas pragas específicas.

  • Potencial de Produção: Até 10 toneladas de matéria seca por hectare.

  • Produção por Hectare: Em condições ótimas, produz de 8 a 10 toneladas de matéria seca por hectare.

  • Fertilização Mínima: Requer fósforo e potássio para um bom desenvolvimento.

  • Pragas e Doenças: Pulgões, larvas do solo, míldio e antracnose.

4. Glycine max (Soja forrageira)

  • Nomes Comuns: Soja forrageira, soja

  • Descrição: Planta anual com folhas trifoliadas e flores pequenas de cor roxa ou branca, cultivada principalmente por suas sementes ricas em óleo e proteínas.

  • Origem: Ásia Oriental.

  • Fisiologia: Adaptada a climas quentes e temperados, com uma raiz profunda que melhora a estrutura do solo.

  • Condições Ideais: Prefere solos bem drenados com pH de 6 a 7, altitudes de até 1500 metros, temperaturas de 20°C a 30°C, e uma precipitação de 500-900 mm.

  • Composição Nutricional: Proteína bruta de 35-40%.

  • Uso e Manejo: Utilizada como forragem, feno ou silagem; também como suplemento na dieta do gado.

  • Formas de Cultivo: Semeadura direta com uma densidade de 30-40 kg de semente por hectare.

  • Limitações: Sensível a baixas temperaturas e solos salinos.

  • Potencial de Produção: Até 7 toneladas de matéria seca por hectare.

  • Produção por Hectare: Produz entre 5 e 7 toneladas de matéria seca por hectare em condições ótimas.

  • Fertilização Mínima: Requer fósforo, potássio e, ocasionalmente, enxofre.

  • Pragas e Doenças: Pulgões, lagartas, míldio e ferrugem.

5. Lablab purpureus (Lablab ou feijão-egípcio)

  • Nomes Comuns: Lablab, feijão-egípcio, dolico

  • Descrição: Planta trepadeira ou arbustiva com folhas grandes trifoliadas e flores de cor roxa ou branca.

  • Origem: África e Ásia.

  • Fisiologia: Tolerante à seca e altas temperaturas, com grande capacidade de fixação de nitrogênio.

  • Condições Ideais: Prefere solos bem drenados com pH de 5,5 a 7,5, altitudes de até 2000 metros, temperaturas de 18°C a 30°C, e uma precipitação de 500-800 mm.

  • Composição Nutricional: Contém 20-25% de proteína bruta.

  • Uso e Manejo: Usada para pastagem, feno ou como adubo verde.

  • Formas de Cultivo: Semeadura direta com uma densidade de 20-30 kg de semente por hectare.

  • Limitações: Sensível a geadas e encharcamentos.

  • Potencial de Produção: Até 6 toneladas de matéria seca por hectare.

  • Produção por Hectare: Em condições ótimas, produz 4-6 toneladas de matéria seca por hectare.

  • Fertilização Mínima: Geralmente requer fósforo e potássio.

  • Pragas e Doenças: Pulgões, ácaros, oídio e antracnose.

Conclusão

As leguminosas são essenciais para uma pecuária sustentável, não apenas por seu alto valor nutricional, mas também por seus benefícios ecológicos, como a melhoria da fertilidade do solo e a redução da dependência de fertilizantes químicos. A seleção adequada e o manejo eficiente dessas leguminosas podem maximizar a produção de forragem, melhorar a saúde do gado e contribuir para um sistema agrícola mais equilibrado e produtivo.